Boloz

segunda-feira, abril 18, 2005

Pretalharaz: A sequela

Pois é. Fez-se justiça aquando da escrita do último post pelo meu companheiro Pão-de-Ló, mas não poderia ficar completo sem o meu comentário, eu que sou (de longe) o elemento mais escuro desde bando de ramboieiros e safardanas - não fosse eu feito de chocolate, esse maravilhoso toque de magia que torna qualquer bolo ainda mais melhor bom.
Como tal, não posso deixar de fazer a minha homenagem a essas espécies da nossa sociedade. Sim, porque ser preto (ou negro ou de cor, como quiserem), é ser-se diferente dos outros. Não só pela cor, mas por toda uma postura na sociedade, numa diferente maneira de estar na vida. É um facto que esta espécie subdivide-se em inúmeras pequenas categorias em todos os estratos sociais portugueses, mas não queria ir por aí... Posso ser mal entendido e certamente não é isso que este blog pretende criar.
Indivíduo africano, como o próprio nome o indica, veio de África, o continente que possuiu (e ainda possui) uma vastíssima riqueza natural, onde os colonos foram buscar a matéria para poderem expandir o seu domínio por todo o mundo. Falo, não só de matéria-prima bruta, mas também de matéria-prima humana, se assim posso dizer. Foram muitos os escravos que passaram por muitas dificuldades (imagino eu), durante séculos e séculos de existência, sem nunca lhes ter sido reconhecido o devido valor. Assim foi durante muito tempo, mas aos poucos eles foram ganhando estatuto na sociedade, ganhando direitos que eram apenas concedidos a alguns. Eles têm valor, não pelo trabalho que fizeram durante esse tempo todo, como pelo que deram à sociedade contemporânea. A música começou com eles, os grandes desportistas são de origem ou raízes africanas... Mas pouco mais. Mas no que são bons, eles são do melhor que há, seja feita justiça.
Muitos de nós pensamos que o indivíduo negro é menos de que o indivíduo branco, que tem menos direitos, que tem menos isto e menos aquilo, e o outro e o camandro. ÉRRRÁDU! ...Principalmente nos dias de hoje. Ainda no outro dia assisti a um concerto de um dos elementos deste grupo, o Duchaise, no qual estava um indivíduo de cor a assistir, com uma indumentária a que todos nós associamos ao conceito "emo" (lê-se imou - palavra estrangeira e quê), ligada à musica metal e emo e rock e o que lhe quiserem chamar. Perguntei-me eu: "Nunca tinha visto um preto emo!!!". Mas no mesmo dia, algumas horas depois, assisti a um concerto de hip-hop com dois mc's caucasianos. E esta hein?! Pois é! Está tudo trocado!... E ainda bem, porque todos nós ganhamos com isso. São culturas que se misturam, são mentes que se abrem, são vidas que se cruzam. Pensem nisto. Porque África é África, digam o que disserem. Não há nada igual, nem para o bem nem para o mal. "Somos todos diferentes, mas todos iguais." Mas isso vale o que vale.
Chiffon